terça-feira, 13 de outubro de 2009

É bom não estar

c: faz tempo que eu to leve
mas eu to tão... sei lá
não quero respostas
não sei explicar como to, mas to bem assim

t: uahuahuaua vc nao ta

c: bem? ou simplesmente não to?

t: simplesmente nao ta..
por isso q vc n consegue explicar como ta..
pq nao ta

c: é.. exatamente
e é mto bom não estar



Estar inteiramente por si pode não ser uma escolha. No meu caso é.

Gosto da paz e da liberdade de não estar, de não querer saber de nada, de não ter de me explicar, de não estar disponível, simplesmente não estar. Não estou inclusive para mim, dei um tempo. Talvez minha mudança mais radical tenha sido a menos perceptível, a mudança mais delicada, de manso, que soube se estabelecer. Chame-me de egoísta, mas não sou... tudo bem, talvez um pouco. Mas é bom. Não me sinto só (eu sei, é difícil de entender, mais ainda de explicar, talvez porque não há ao certo o que saber).

E é isso, eu por mim.

Sentir o coração preenchido de uma felicidade em prol de si não é pra qualquer um. E o que é pra qualquer um? Eu, o que sou, o que desconheço em mim, cabe a quem eu quiser.
Não é preciso estar triste, alegre, apreensiva ou qualquer outro adjetivo. Posso ser sujeito sem qualificações, posso não estar nada.
E ser feliz. Simplesmente ser.


"(...) mas desta vez os motivos escapam inteiramente ao alcance do olhar humano, e o melhor alvitre em tais casos é não teimar com o impenetrável."

[D. Benedita - Machado de Assis]

domingo, 2 de agosto de 2009

Foi-se

Foi-se o tempo em que os encontros eram marcados pessoalmente ou por telefone residencial. Não havia celular para achar uma pessoa em qualquer lugar do mundo.
Foi-se o tempo em que você não precisava ter medo de sair de casa ou conversar na rua.
Foi-se o dia em que sua mãe dormiu em paz por você estar brincando na esquina.

Foi-se a confiança mútua de você chegar em casa mais tarde do trabalho e o outro realmente acreditar que foi o trânsito.
Foram-se os beijos de bom dia, agora não há mais tempo a perder.
Foi-se a vontade de ter muitos filhos, o dinheiro não dá.

E, para mim, foram-se aqueles papos cheios de credibilidade, aquele amor infinito de contos de fada. Foi-se o não entendimento da preocupação materna. Foram-se dois, agora é um.
Quero o tempo de hoje e os dias que virão. Foi-se o tempo de viver não apenas por mim.
Agora só me vale o que me cabe.

"Eu sei que vou ser coroado rei de mim"



p.s.: Pensando bem, até que dá pra entender o uso do celular...

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Há momentos em que você deve realmente se dedicar ao que você acredita.

Eu to acreditando no meu esforço e não abro. Acredito na minha realização pessoal, em tudo que sou capaz...


http://xxxenel2009.blogspot.com

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Literatura Portuguesa

Durante uma prova, diante das palavras de Ricardo Reis:

"Sábio é o que se contenta com o espetáculo do mundo."

Nada mais sobre Pessoa me vinha à cabeça. Resolvi escrever um poema.



Não vou me queixar
Lava tuas mãos
Põe aquela bela roupa
E sai
Deixo a ti minhas palavras
Sem nós
Para que possas, quem sabe
Vivê-las uma vez mais

Clarice Vianna
22/06/2009

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Entre Conversas

Essa conversa foi agora. Precisei postar:

.|ciça|. diz:
existem mil formas de se respeitar alguém e outras mil de se desrespeitar
.|ciça|. diz:
e existem diferentes jeitos de se ver o que é o respeito


Aí me lembrei...


Quando você quiser conversar com um desconhecido, vá a Lapa.
Sei lá como ou por que motivo, ontem, quando me dei conta, estava conversando com um estranho sobre futebol (na Lapa, claro!). Eu sou flamenguista, o cidadão é vascaíno. Nada mais natural do que dizer que o time dele tá na segunda divisão e começar a caçoar, eis que o sujeito me diz que no campeonato de mil novecentos e bolinha o time dele foi campeão, que ganhou não sei quando do meu time, que fulano de tal fez oitocentos gols e por aí vai.

- Meu querido, eu não vou discutir a história do meu time porque, honestamente, não a conheço. Mas posso te falar das vezes que eu coloquei minha camisa rubro-negra e fui torcer por ele, não me importando quantos títulos ele tem ou quantos perdeu. Me importam os dias em que gritei que nem louca e me arrepiei ouvindo a torcida cantar. No campeonato de 74 (?) eu tava morrendo na vida passada.

- Ah, mas o meu time, sendo de segunda divisão, ganhou do seu agora. Que vergonha, hein? Você deveria mudar de time...

- Ô criatura, o que tu estuda?

- Administração.

- Eu faço Letras. Tu gosta de número, de conta, eu mal consigo contar até cem e nem por isso vou falar pra você estudar Latim, certo?

- Certo.

- Então pronto. Não sei porque eu sou flamenguista e menos ainda porque você é vascaíno, não sei porque prefiro cerveja e você vodca, ou porque tu prefere a montanha e eu a praia, mas isso não é problema meu. E, principalmente, você saber o histórico inteiro do teu time não quer dizer que você goste mais dele do que eu do meu. Existem diferentes maneiras de se gostar e só porque a sua é mais intensa que a minha, não quer dizer que você goste mais ou de um jeito melhor e...

- Cara, que viagem... eu vou lá. Meu amigos tão me chamando. Foi um prazer falar com você.

- Valeu, vascaíno! Boa sorte na segunda divisão.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Às vezes não tem nada exatamente ruim acontecendo, mas me bate um vazio esquisito, uma angústia...
Não é vazio da ausência do outro, é vazio de mim, como se eu não me pertencesse, não me preenchesse, não me existisse.

Pra que passar por toda essa vida se um dia tudo acaba? Por que a superficialidade ou a profundidade? Por quê, ou melhor, pra quê?

Mas passa, sempre passa...

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Bifurcação


Não interessam os planos feitos, a rotina seguida, a rota traçada, o que você espera ou sonha. Vai chegar um momento em que as escolhas se postarão em sua frente. Uma escolha implica em perdas. Nosso problema é achar que perder algo é sempre uma coisa ruim. Nem sempre é.

Eu "perdi" meu "emprego" (tá, tá, fui dispensada do estágio) há umas três semanas.
É bastante ruim à primeira vista, você se sente incapaz, incompetente e todos os "ins" cabíveis. Mas, dois minutos após a notícia, já conseguia sentir o alívio do caminho tomando seu lugar. Não queria mais esse emprego há tempos e o que me fazia continuar lá era o dinheiro. Grande dinheiro. Não valia a pena e eu simplesmente não conseguia perceber e me decidir.
Pois bem, decidiram por mim! Não que isso seja bom, é ruim saber que outros tomaram minha própria decisão e que sou insuficiente para algo (até para tomar decisões!), mas fiz por onde parar de trabalhar, quase sem perceber, e se aconteceu dessa forma é porque eu precisava que acontecesse assim.

Muitas vezes nós não sabemos que caminhos seguir, por diferentes e fortes, ou não tão fortes motivos.
Mas existem caminhos que se seguem para nós, que simplesmente se colocam em nossa frente e, mesmo sem nossa percepção, ele vai se conduzindo por si e por mim, ou por você.
E também existem pessoas. Algumas vezes quando nos deparamos com essas forçadas opções, há pessoas que estão ali para pegar a sua mão ou simplesmente olhar e mostrar um caminho antes escondido, do jeito que for.

Não, não é tão simples, eu sou a pior pessoa para dizer a alguém o que ela deve fazer ou deixar de fazer, ou o que se deve escolher, a grande questão, acho eu, é procurar bem dentro de si, ou do lado de fora, em outro, em algo, se realmente não sabemos que caminho tomar.

E pode não ser nada disso, eu sou pisciana e minha duplicidade pra tudo é tremenda, mas fica a dica.

domingo, 24 de maio de 2009

Cólica

Pelo menos uma vez por mês eu odeio ser mulher.

Não basta ter perdido o emprego, não ter dinheiro, ser gorda, não ter boas notas, ter nascido uma espinha na testa, não ter uma vida amorosa normal, roer as unhas, ver todo mundo em volta com problemas, obra no banheiro... e ainda tenho que usar uma espécie de fralda, vomitar e sentir a pior dor do mundo por causa de um equívoco da natureza? Alo-ou, eu não quero ter filhos!

Que fique registrada minha TDM (Tensão Durante a Menstruação).

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Durante o Chá com Torradas


Por um momento ela quis sumir de/em si. Não se pensar, não se ver, não se existir. Quis não precisar falar, ouvir, respirar. Quis não pensar no resto do mundo, na África, na Europa, na esquina, na estranha que mora ao lado.

Esvair-se de si é um bom exercício. Um bom exercício impossível.

Uma outra olhada ao redor... "É, até que não é tão mal estar aqui".

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Peculiaridades Sexuais

Hoje o almoço do Bandejão da UFF teve como sobremesa laranja. Enquanto comia, olhava para os lados e pensava: "Caraca! Comer (chupar, como preferir) laranja em público deveria ser falta de educação, tipo tirar meleca!"

Eis que me lembro...

Voltando da Barra da Tijuca para o Centro, em plena segunda-feira, depois de ter levado um tombo às 7:45 da matina e ter me sujado toda de lama, estava num ônibus impossível de dormir e precisei descer do 175. Olhei para o lado... O cara não me parecia maluco, autista, maníaco, psicopata, esquizofrênico (por favor não entendam como preconceito, não é essa a intenção, quero representar apenas um possível mundo paralelo), ou algo que explicasse a cena. Bem, vi os olhos do cidadão fechados, como num momento infinito de prazer, quase um gozo... COM A MÃO ENFIADA NO NARIZ! Cara, se ele tivesse tocando uma seria menos bizarro, eu JURO! Não consegui acreditar. O que seria aquilo? O cara é melecossexual? Acho que estava tão perplexa que outras pessoas começaram a olhar pro indivíduo.
Depois de certo tempo ele parou, abrindo os olhos vagarosamente. O orgasmo nasal se findara. Mano, eu sei que às vezes rola de surgir uma meleca gigante que quase não te deixa respirar, e que é mó bom quando você finalmente consegue tirá-la do buraco sem fundo, mas carinha de "vem cá, meu nego"?

Vai entender...

Esse cara é feito de escarro e ponto final.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Boa Reflexão

Eu Só Queria Entender - Frejat

Ah, será que ninguém percebeu que estamos girando no mesmo lugar?
Regredindo no tempo sem saber aonde nós vamos chegar?
Maltratando a Mãe-Natureza e esse imenso altar?
Impondo a miséria no mundo em nome de um tal "bem estar"?

Eu só queria entender o porquê

Ah, será que um dia uma estrela-guia virá pra mostrar o nosso papel:
Que a vida é uma linha fininha e o homem é o seu carretel?

Eu só queria entender o porquê

Ah, será que o sentido da vida é viver o prazer de ostentar o poder?
E depois, ao final, quando tudo acabar, o que vamos fazer?
Eu espero que o homem perceba que assim está se matando
Acabando com o mundo, sem ter, nem porque, é a razão de um insano

Eu só queria entender o porquê de viver
Eu só queria entender o porquê pra viver
Eu só queria entender o porquê pra dizer:
Eu só queria entender o porquê



Eu não consigo entender, e vocês? Entendem?

Beijo

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Um pensamento fugido

Não segurei. As palavras me fugiram pelos dedos.


Não importa o que aconteça, a distância, o tempo que passe
É dos teus olhos que eu vou lembrar quando ouvir a canção
Seja ela de amor, de vida, sem sentido
Sempre é você que combina com o som

Não sei que momento é esse
Poucas vezes soube tão pouco como explicar o que estaria por vir
Poucas vezes acreditei tão pouco no que não se sabe
Mas eu to aqui, é esse o meu lugar

Quando eu não sei quem sou
Tendo mudança, andança, novos ares
Todas as metarmofoses não andantes passando por nós
E a minha sempre certeza de você existir

Talvez eu não precise de nada além
Ou precise apenas do que a gente não tem
Só queria não precisar
Queria deitar na minha paz, viver o que ela faz

Só queria viver de novo o que a gente faz...
Sem nome
Só não saber viver sem
Sempre bastou, a gente sempre foi, sem precisar ser

Toca a canção de novo, deixa eu me embalar em amanhã
Toca a nossa vida, fecha essa ferida cicatrizada
Acredita
Mesmo que não haja o porquê de mais nada


Clarice Vianna
05/05/2009

domingo, 10 de maio de 2009

Dia das Mães

O meu presente para ela.


Poderia ser uma
poderiam ser dez ou mil tulipas
mas escolhi três
Simples assim
Objetivas, elegantes
dignas de toda simpatia
Passíveis de apresentações
Imponentes, pouco convencionais
Originais
Entreabertas, sempre com espaço para mais
Encantadoras
Belas
Assim como ela...
Que sem seu desabrochar
do que seria feita eu?
Sem as suaves pétalas
a adocicar
Sem a firmeza do caule
a sustentar
Sem o caminho dos galhos
a direcionar
Sem o pólen necessário
para deixar
O que seria eu?

Obrigada, mãe, pela formosura da flor
por, além de tudo, a emoção desta vida!

Clarice Vianna
10/05/2009

Primeiro Post

Levei uma hora ou mais pra definir o nome desse blog. Não, não é fácil para uma pisciana decidir um "simples nome de blog". Percebi que não sou nada original, pois tudo que queria já tinham escolhido antes.

Mas ok, aqui está!

Não sei do que sou feita, "mas do que somos (feitos) todos nós?" (Sim, Los Hermanos, não abri mão de tê-los no título).
Colocarei aqui pedaços de mim. Espero que façam, de alguma forma, parte de vocês também.

Beijo e boa noite!