quinta-feira, 25 de junho de 2009

Literatura Portuguesa

Durante uma prova, diante das palavras de Ricardo Reis:

"Sábio é o que se contenta com o espetáculo do mundo."

Nada mais sobre Pessoa me vinha à cabeça. Resolvi escrever um poema.



Não vou me queixar
Lava tuas mãos
Põe aquela bela roupa
E sai
Deixo a ti minhas palavras
Sem nós
Para que possas, quem sabe
Vivê-las uma vez mais

Clarice Vianna
22/06/2009

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Entre Conversas

Essa conversa foi agora. Precisei postar:

.|ciça|. diz:
existem mil formas de se respeitar alguém e outras mil de se desrespeitar
.|ciça|. diz:
e existem diferentes jeitos de se ver o que é o respeito


Aí me lembrei...


Quando você quiser conversar com um desconhecido, vá a Lapa.
Sei lá como ou por que motivo, ontem, quando me dei conta, estava conversando com um estranho sobre futebol (na Lapa, claro!). Eu sou flamenguista, o cidadão é vascaíno. Nada mais natural do que dizer que o time dele tá na segunda divisão e começar a caçoar, eis que o sujeito me diz que no campeonato de mil novecentos e bolinha o time dele foi campeão, que ganhou não sei quando do meu time, que fulano de tal fez oitocentos gols e por aí vai.

- Meu querido, eu não vou discutir a história do meu time porque, honestamente, não a conheço. Mas posso te falar das vezes que eu coloquei minha camisa rubro-negra e fui torcer por ele, não me importando quantos títulos ele tem ou quantos perdeu. Me importam os dias em que gritei que nem louca e me arrepiei ouvindo a torcida cantar. No campeonato de 74 (?) eu tava morrendo na vida passada.

- Ah, mas o meu time, sendo de segunda divisão, ganhou do seu agora. Que vergonha, hein? Você deveria mudar de time...

- Ô criatura, o que tu estuda?

- Administração.

- Eu faço Letras. Tu gosta de número, de conta, eu mal consigo contar até cem e nem por isso vou falar pra você estudar Latim, certo?

- Certo.

- Então pronto. Não sei porque eu sou flamenguista e menos ainda porque você é vascaíno, não sei porque prefiro cerveja e você vodca, ou porque tu prefere a montanha e eu a praia, mas isso não é problema meu. E, principalmente, você saber o histórico inteiro do teu time não quer dizer que você goste mais dele do que eu do meu. Existem diferentes maneiras de se gostar e só porque a sua é mais intensa que a minha, não quer dizer que você goste mais ou de um jeito melhor e...

- Cara, que viagem... eu vou lá. Meu amigos tão me chamando. Foi um prazer falar com você.

- Valeu, vascaíno! Boa sorte na segunda divisão.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Às vezes não tem nada exatamente ruim acontecendo, mas me bate um vazio esquisito, uma angústia...
Não é vazio da ausência do outro, é vazio de mim, como se eu não me pertencesse, não me preenchesse, não me existisse.

Pra que passar por toda essa vida se um dia tudo acaba? Por que a superficialidade ou a profundidade? Por quê, ou melhor, pra quê?

Mas passa, sempre passa...

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Bifurcação


Não interessam os planos feitos, a rotina seguida, a rota traçada, o que você espera ou sonha. Vai chegar um momento em que as escolhas se postarão em sua frente. Uma escolha implica em perdas. Nosso problema é achar que perder algo é sempre uma coisa ruim. Nem sempre é.

Eu "perdi" meu "emprego" (tá, tá, fui dispensada do estágio) há umas três semanas.
É bastante ruim à primeira vista, você se sente incapaz, incompetente e todos os "ins" cabíveis. Mas, dois minutos após a notícia, já conseguia sentir o alívio do caminho tomando seu lugar. Não queria mais esse emprego há tempos e o que me fazia continuar lá era o dinheiro. Grande dinheiro. Não valia a pena e eu simplesmente não conseguia perceber e me decidir.
Pois bem, decidiram por mim! Não que isso seja bom, é ruim saber que outros tomaram minha própria decisão e que sou insuficiente para algo (até para tomar decisões!), mas fiz por onde parar de trabalhar, quase sem perceber, e se aconteceu dessa forma é porque eu precisava que acontecesse assim.

Muitas vezes nós não sabemos que caminhos seguir, por diferentes e fortes, ou não tão fortes motivos.
Mas existem caminhos que se seguem para nós, que simplesmente se colocam em nossa frente e, mesmo sem nossa percepção, ele vai se conduzindo por si e por mim, ou por você.
E também existem pessoas. Algumas vezes quando nos deparamos com essas forçadas opções, há pessoas que estão ali para pegar a sua mão ou simplesmente olhar e mostrar um caminho antes escondido, do jeito que for.

Não, não é tão simples, eu sou a pior pessoa para dizer a alguém o que ela deve fazer ou deixar de fazer, ou o que se deve escolher, a grande questão, acho eu, é procurar bem dentro de si, ou do lado de fora, em outro, em algo, se realmente não sabemos que caminho tomar.

E pode não ser nada disso, eu sou pisciana e minha duplicidade pra tudo é tremenda, mas fica a dica.