domingo, 4 de março de 2012

Minha Mãe

Em algum momento da minha vida não achei que minha mãe era a minha melhor amiga. Durante a adolescência a gente faz questão de um distanciamento que muita vezes não tem porque existir. Mas com o tempo pude perceber que não importava se estava mais feia ou mais bonita, se tinha emprego ou não, se tinha feito alguma bobagem ou me envolvido no que não devia. A minha mãe sempre esteve ao meu lado. E, diferente do que a gente pensa sobre muitas amizades, apesar de tudo MESMO, ela nunca vai me deixar.
De todos os amores eternos acabados, das amizades mais confiáveis terem sido traídas, de não ter alcançado essa ou aquela meta, eu nunca achei que minha mãe não estaria comigo, nunca me senti sozinha porque ela sempre se fez presente. Podia ser num abraço, numa ligação, num email, não importava, ela sempre esteve por perto.
Agradeço todos os dias por ter nascido de uma pessoa que teve garra para me criar sem pai, que lutou para não me faltar nada, que sente junto comigo as minhas emoções e não larga a minha mão mesmo que eu esteja passando pelo choque mais difícil. Agradeço por ter a educação, o caráter, o respeito pelo próximo que só se aprende em casa. Agradeço as preocupações, os empurrões pra frente, os gritos, os sorrisos, a liberdade, a confiança... Tudo, tudo que a relação mais preciosa do mundo pôde me proporcionar.
Agora, começando a ser gente grande, entendo que o mínimo que posso fazer por toda a dedicação de uma vida é retribuir com respeito, carinho, atenção e muito, muito amor. O amor da melhor amiga, o amor incondicional da vida que coloca a sua felicidade em primeiro lugar.

Você é o meu amor maior, mãe.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Retomada

Minha vontade de postar, quase como algo pensado, sempre vem quando há alguma mudança, quando preciso, para marcar algo novo e deixar o velho, transbordar nas palavras. Mas eu não quero escrever nada pessoal, pois escreveria sobre o que não faz mais parte de mim.
Esse curto post é apenas pra, daqui a algum tempo, ou qualquer próximo dia fraco, me lembrar que consegui me reerguer. E sempre (re)conseguirei.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Tapa

Tenho pensado muito em escrever aqui. A cada novo acontecimento na minha caminhada penso nas palavras emocionantes que seria capaz de despejar sem o menor critério, de peito aberto, emocionada. Mas às vezes essa coisa tão impulsiva que vem do coração não deve ser bem vinda, ou bem vista.
Venho aqui com a maior racionalidade possível, esperando que sirva, mais uma vez, de marco para um aprendizado - um amadurecimento - dizer que nós nunca devemos deixar de ter critério, filtro, coerência e consciência quando se trata do outro, ou do que pensamos ser o outro.
Venho aqui dizer que sou a única pessoa que pode ser juíza de mim, a única a me julgar sem parâmetros da verdade ou da lei, apenas do que acredito, do que conheço por caráter.
Venho aqui desabafar a angústia de sofrer sem saber, sem querer, sem poder. Não posso mais.
Venho aqui sem qualquer pretensão de ser entendida, que no que escrevi leia-se isso ou aquilo.
Venho dizer que o que outro é ou diz não me importa, eu nao sou o outro.
Venho aqui dizer que, graças a qualquer coisa que nos mova, eu não abri (mais) meu coração a esse mundo que não se enxerga.
A melhor maneira de dar a cara a tapa é esperar que a mão venha, e que venha com vontade, pra simplesmente poder dizer que não é mais necessário brigar. E que ela se estapeie sozinha até aprender.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Casa Nova

Nunca quis casar. Meu sonho sempre foi morar sozinha cheeeia de cachorros de rua em volta de mim...
Em julho de 2008 consegui um estágio que me proporcionava um dinheirinho a mais e resolvi sair de casa: "Vou morar em Niterói, vai ser melhor pra mim". Depois de muitas conversas e contas, de muita busca, me "mudei". Fui morar em um apartamento ótimo, antigo, com uma linda vista, a 200 metros da faculdade, com mais cinco meninas. Com a saída de umas e a entrada de outras, ficamos em quatro. Na verdade, me sentia meio incompleta, pois não tinha me mudado completamente da casa da mamãe e a república ainda não era o que queria, meu lugar. Aos pouquinhos foi tudo se ajeitando e posso dizer que foram dois anos e meio de muito aprendizado, de entender o que é conviver, de provas, de luta e de muito amor por tudo que acontecia ali. Eu precisava que desse certo. Voltar a morar com a mamãe, para mim, que só queria os cachorros, seria regredir. Estabeleci laços e vivi momentos que nunca vou esquecer. Acho que todos deveriam passar por essa experiência, é um amadurecimento sem limites.
De uns tempos pra cá percebi que estava mudando demais e que já tinha aprendido o suficiente naquela experiência. Precisava ir mais além.
Eu quero casar (encontrei ele!) e sei que não posso ter um monte de cachorros, então, num momento de lucidez, vi que minha vida só se resolveria se eu morasse só (o mundo dá voltas). Sempre adorei ficar sozinha, sempre precisei do meu espaço, da cor que escolhi na parede, dos talheres que gosto, da minha arrumação. Para me sentir completa, preciso desse nada que me permite entender quem sou. Precisava sair de cima do muro, ter o meu cantinho, um lugar que posso chamar de lar (completamente). Em uma semana de busca consegui um apartamento muito agradável no Ingá, também em Niterói, que veio destinado, coisas da vida. Deve ser a 1km da faculdade, no máximo, em um lugar que me permite pensar em estabilidade, em pra sempre, em sonho realizado.
E é daqui que escrevo, talvez seja um marco de recomeço essa minha inspiração depois de tanto tempo. Sorrio. Respiro fundo pra cair a ficha: eu realizei meu grande sonho. Faltam umas coisinhas ali, dinheiro pra acolá, mas estou aqui. Consegui!
E agora é seguir novos passos, nunca vai ficar "só nisso mesmo". O Pedro ainda vem pra cá casar comigo... hahahahahaha

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Tempos e mais tempos sem vir aqui. Por isso um blog nunca deu certo de verdade comigo, preciso de muita inspiração para escrever. Tá, tá, basta um feeling, que não tenho.

domingo, 3 de janeiro de 2010

O primeiro post do ano é do ano que passou [17/12/2009], mas só agora achei que deveria colocá-lo aqui.



01:30 am. Bêbada e romântica.
Parei pra pensar nas coisas. Sempre paro.
Cargas d'água, como podem duas pessoas dormirem sempre numa cama de solteiro? Com você é mole: perna pra lá, braço pra baixo, lambe o cotovelo, e, sabe-se lá como, lá vamos nós. Pra mim encaixa, e encaixa perfeitamente.
E eu gosto do jeito como você me abraça, como displicentemente esqueço do tempo do mundo quando estamos nós dois. Gosto do meu sorriso quando é pra você, da minha vergonha e da sem-vergonhice. Gosto de prestar atenção na melodia, não na letra, de ver as coisas com outros olhos. Gosto de me sentir à vontade pra arrotar e achar que bato muito em você. Gosto de, naquele momento de soltar fogos, olhar pra trás e ver seu rosto (multiplicam-se os gozos e prazeres desta vida).
É, eu gosto. Gosto muito dessa sua pessoa junto com a minha. Só gostaria de encontrar mais palavras e encaixá-las num bom lirismo, num bom som pra explicá-las.
Você me faz bem.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

É bom não estar

c: faz tempo que eu to leve
mas eu to tão... sei lá
não quero respostas
não sei explicar como to, mas to bem assim

t: uahuahuaua vc nao ta

c: bem? ou simplesmente não to?

t: simplesmente nao ta..
por isso q vc n consegue explicar como ta..
pq nao ta

c: é.. exatamente
e é mto bom não estar



Estar inteiramente por si pode não ser uma escolha. No meu caso é.

Gosto da paz e da liberdade de não estar, de não querer saber de nada, de não ter de me explicar, de não estar disponível, simplesmente não estar. Não estou inclusive para mim, dei um tempo. Talvez minha mudança mais radical tenha sido a menos perceptível, a mudança mais delicada, de manso, que soube se estabelecer. Chame-me de egoísta, mas não sou... tudo bem, talvez um pouco. Mas é bom. Não me sinto só (eu sei, é difícil de entender, mais ainda de explicar, talvez porque não há ao certo o que saber).

E é isso, eu por mim.

Sentir o coração preenchido de uma felicidade em prol de si não é pra qualquer um. E o que é pra qualquer um? Eu, o que sou, o que desconheço em mim, cabe a quem eu quiser.
Não é preciso estar triste, alegre, apreensiva ou qualquer outro adjetivo. Posso ser sujeito sem qualificações, posso não estar nada.
E ser feliz. Simplesmente ser.


"(...) mas desta vez os motivos escapam inteiramente ao alcance do olhar humano, e o melhor alvitre em tais casos é não teimar com o impenetrável."

[D. Benedita - Machado de Assis]

domingo, 2 de agosto de 2009

Foi-se

Foi-se o tempo em que os encontros eram marcados pessoalmente ou por telefone residencial. Não havia celular para achar uma pessoa em qualquer lugar do mundo.
Foi-se o tempo em que você não precisava ter medo de sair de casa ou conversar na rua.
Foi-se o dia em que sua mãe dormiu em paz por você estar brincando na esquina.

Foi-se a confiança mútua de você chegar em casa mais tarde do trabalho e o outro realmente acreditar que foi o trânsito.
Foram-se os beijos de bom dia, agora não há mais tempo a perder.
Foi-se a vontade de ter muitos filhos, o dinheiro não dá.

E, para mim, foram-se aqueles papos cheios de credibilidade, aquele amor infinito de contos de fada. Foi-se o não entendimento da preocupação materna. Foram-se dois, agora é um.
Quero o tempo de hoje e os dias que virão. Foi-se o tempo de viver não apenas por mim.
Agora só me vale o que me cabe.

"Eu sei que vou ser coroado rei de mim"



p.s.: Pensando bem, até que dá pra entender o uso do celular...

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Há momentos em que você deve realmente se dedicar ao que você acredita.

Eu to acreditando no meu esforço e não abro. Acredito na minha realização pessoal, em tudo que sou capaz...


http://xxxenel2009.blogspot.com

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Literatura Portuguesa

Durante uma prova, diante das palavras de Ricardo Reis:

"Sábio é o que se contenta com o espetáculo do mundo."

Nada mais sobre Pessoa me vinha à cabeça. Resolvi escrever um poema.



Não vou me queixar
Lava tuas mãos
Põe aquela bela roupa
E sai
Deixo a ti minhas palavras
Sem nós
Para que possas, quem sabe
Vivê-las uma vez mais

Clarice Vianna
22/06/2009