terça-feira, 19 de abril de 2011

Tapa

Tenho pensado muito em escrever aqui. A cada novo acontecimento na minha caminhada penso nas palavras emocionantes que seria capaz de despejar sem o menor critério, de peito aberto, emocionada. Mas às vezes essa coisa tão impulsiva que vem do coração não deve ser bem vinda, ou bem vista.
Venho aqui com a maior racionalidade possível, esperando que sirva, mais uma vez, de marco para um aprendizado - um amadurecimento - dizer que nós nunca devemos deixar de ter critério, filtro, coerência e consciência quando se trata do outro, ou do que pensamos ser o outro.
Venho aqui dizer que sou a única pessoa que pode ser juíza de mim, a única a me julgar sem parâmetros da verdade ou da lei, apenas do que acredito, do que conheço por caráter.
Venho aqui desabafar a angústia de sofrer sem saber, sem querer, sem poder. Não posso mais.
Venho aqui sem qualquer pretensão de ser entendida, que no que escrevi leia-se isso ou aquilo.
Venho dizer que o que outro é ou diz não me importa, eu nao sou o outro.
Venho aqui dizer que, graças a qualquer coisa que nos mova, eu não abri (mais) meu coração a esse mundo que não se enxerga.
A melhor maneira de dar a cara a tapa é esperar que a mão venha, e que venha com vontade, pra simplesmente poder dizer que não é mais necessário brigar. E que ela se estapeie sozinha até aprender.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Casa Nova

Nunca quis casar. Meu sonho sempre foi morar sozinha cheeeia de cachorros de rua em volta de mim...
Em julho de 2008 consegui um estágio que me proporcionava um dinheirinho a mais e resolvi sair de casa: "Vou morar em Niterói, vai ser melhor pra mim". Depois de muitas conversas e contas, de muita busca, me "mudei". Fui morar em um apartamento ótimo, antigo, com uma linda vista, a 200 metros da faculdade, com mais cinco meninas. Com a saída de umas e a entrada de outras, ficamos em quatro. Na verdade, me sentia meio incompleta, pois não tinha me mudado completamente da casa da mamãe e a república ainda não era o que queria, meu lugar. Aos pouquinhos foi tudo se ajeitando e posso dizer que foram dois anos e meio de muito aprendizado, de entender o que é conviver, de provas, de luta e de muito amor por tudo que acontecia ali. Eu precisava que desse certo. Voltar a morar com a mamãe, para mim, que só queria os cachorros, seria regredir. Estabeleci laços e vivi momentos que nunca vou esquecer. Acho que todos deveriam passar por essa experiência, é um amadurecimento sem limites.
De uns tempos pra cá percebi que estava mudando demais e que já tinha aprendido o suficiente naquela experiência. Precisava ir mais além.
Eu quero casar (encontrei ele!) e sei que não posso ter um monte de cachorros, então, num momento de lucidez, vi que minha vida só se resolveria se eu morasse só (o mundo dá voltas). Sempre adorei ficar sozinha, sempre precisei do meu espaço, da cor que escolhi na parede, dos talheres que gosto, da minha arrumação. Para me sentir completa, preciso desse nada que me permite entender quem sou. Precisava sair de cima do muro, ter o meu cantinho, um lugar que posso chamar de lar (completamente). Em uma semana de busca consegui um apartamento muito agradável no Ingá, também em Niterói, que veio destinado, coisas da vida. Deve ser a 1km da faculdade, no máximo, em um lugar que me permite pensar em estabilidade, em pra sempre, em sonho realizado.
E é daqui que escrevo, talvez seja um marco de recomeço essa minha inspiração depois de tanto tempo. Sorrio. Respiro fundo pra cair a ficha: eu realizei meu grande sonho. Faltam umas coisinhas ali, dinheiro pra acolá, mas estou aqui. Consegui!
E agora é seguir novos passos, nunca vai ficar "só nisso mesmo". O Pedro ainda vem pra cá casar comigo... hahahahahaha